sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Vinho

Eu já vi várias vezes o fundo de várias garrafas
Assim como o âmago da tristeza
A alma na ponta de uma foice demoníaca
É prazer imenso a correr pela garganta
A alma do vinho, as almas das uvinhas cristalizadas
O corpo despreende-se para o lado a tililar com a garrafa
Ambos caem em desprezo, entregues a si
Livres de suas prisões vítreas e mentais
O custo da alma é pequeno comparado aos devaneios provocados
Tal como rara flor, embriagada em projetos gloriosos
Sob leis sublimes o ardor dos corações amargurados prevalesce
Os instintos roídos fermentam ações que não serão lembradas
O sofrimento é mais belo quando sufocado pela inocência perdida
Regado aos bálsamos de um amor libertino e curto
Que não será sequer guardado no coração do poeta
Onde não jaz uma mocidade medicinal e cortez
Onde agora existe apenas o fulgor da tristeza mais profunda
O vinho se ausente gera despersonalização constante
A depressão e o delirium tremens se tornam absolutos
Dormir não trará alegria alguma e nem comer terá gosto
Não importa, o tempo não passará enquanto não se beber!

By: Bruno

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