terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Imolação


Poeira que sou, Here I am
Entre dois caminhos:
Apolo fita-me austero
Dionísio oferece-me vinho
Dores díspares, dissonantes ecos meus
Vagando presos em uma realidade única

Entre os invernos do sentir
É difícil fazer perguntas de tarde
Como se as belas imagens não quisessem
No fundo, me pertencer...
 me fazer delas sua morada
Descolorido within my mind
Não consigo me aprofundar
Nas minhas profundidades
Entre caldos de lava e medo
Inexorável mergulho e jorro
Antilirical melody of my soil
Pardon me eu não queria...

Malbaratar-me tanto do meu instante
Como se quisesse roubar-me de mim
Estranha equação de perdição 
Em que me ancorei insólito

Quero um céu desconhecido
Constante como uma viola de fado
Mudos acordes temperando 
A vida que quero viver 
Entremeada de sonho e visões

Adianta, Bruno, tatuar na pele
alguma alquimia verbal 
Em que não se celebra o corpo
Mas o destrói em sacrifício do rito 
Do supremo soneto?

Bruno Borin Boccia