terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Nebula

Chovi... tremi
Me descolori,
Insurgente em mim
Retive vários fins

Cingido em misto
De não querer
Com bem querer
Segredos se espalham
Desejos se esbarram

Sangro e não me rendo
Não costuro, nem emendo
As dobras desconexas

Da minha alma quebrada
Cheia de vértices rendadas
Revestidas de lentes convexas.

By: Bruno

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Coagulação


No sul da arte poética, as canções
Não oferecem suas rimas lépidas
Elas acontecem, no fluir das emoções
Escalonando imperitamente as tréplicas

Desencadeadas em resposta à procura
Da palavra perfeita, musa ausente
Que baila sob o verso movente
Melodia da vida e da loucura.

Misto de ser e não ser, ardente flama
Que se manifesta na descoberta
Silenciosa das pétalas abertas

Do poema que explosivo, proclama
Fecundado de matérias fantásticas
Coaguladas das emoções dissonantes e drásticas.

By: Bruno

Voz


Voz, voz que embala,
Meus males apazígua
A vida, antes abrasiva
Líquida, paralisa co' a fala

A universal rotação 
Por uns segundos pára;
Em contraste o coração
Dilata as palpitações, escravas

Nestes segundos, da fantasia
Nestes segundos, empurecida
Com o deleite ouvido.

Assim levo comigo doce sinfonia
Da tua voz, a que, enternecido
Anexei ao poema escrito.

By: Bruno

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Opacidade


Eflúvios de reflexos
Turvam as luzes da realidade,
No palor das lentes convexas
A maresia convulsa da ebriedade

Se mistura à tontura dos sentidos,
Em breves e moucos bramidos.
E o fragor do momento denuncia
Da lucidez, sua esperada revelia.

Os vergéis dos pensamentos estáticos 
Estabilizam indecisões circunscritas
Nas hastes e nos estames aromáticos

Das concepções que ainda restam
- Matéria passível de mutações críticas
Mas com paciência, me reflorestam. 

By: Bruno

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O descaso das auroras



Da perspectiva das imprecações guardadas no ar
E dos sons que se despedaçam dos rochedos e regatos,
Impressões de espessura se resguardam do nefasto
Ofício de existir, a sede das aparências quebrantam como mar.

Sob a forma humana, na objetividade do tanto sentir
Tento adivinhar qual sabor a se escandir,
Que se oculta sob a almiscarada relva do encanto,
Pouso do interesse e do mascarado pranto.

Na boreal concepção, um frêmito desconsolado
Reúne as visões colhidas pelos círios 
Dos olhos, na memória, errantes lírios
Florescendo-os no imenso prado desventurado

Da imaginação, que jorra sangue e langor 
Onde imagens e sons se confundem no perfume 
Da fantasia, alimentando o inevitável lume
Fraco e decadente, da vida em seu máximo palor

A brisa se debruça sobre estas visões de áureos lauréis
E misto se torna o cenário, do qual somos todos reis
O sol nos resvala a retina apontada ao ideal fantástico
E descartamos o real em nome de um céu puro e estático!

By: Bruno

About the beauty


And all that was left was less than myself.
With a poor broken soul
What am I? Mist of sorrow
Wandering among yours might selves
Making the lusts of lights my companions
Fooling around with nowhere sounds
Wondering if my attempts break real bounds
Of if they are just assiduous minions

Of loneliness that is my true nature
Words and words collected by me
To sing the world, but never for me
So my tears in my face, itselves, moisture 
In the deepts of my sweet glimpses 
Where I still hold my secret wishes
My untamed wishes containing the feathers
Of the stars, the fallen ones that turn into birds
And show us the very essence of the beauty: 
The fall!

By: Bruno