sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Ode à Hypnos


Hypnos que os dias sequestra
E das noites reparadoras poupa
Meu ser cujo corpo pende absorto
E minha mente lassa não medra,
No sombrio cenário de um horto;

Longe das marmóreas instalações
Os sonhos desvanecem no álamo
De longas madrugadas esgazeadas;
Enquanto tu habitas as hibernações
Umbráticas, povoa as letargias aladas...

Este corpo que te oferece uma oração
Transita alheio do sono e seus mistérios 
E tu que deténs este místico cemitério
Jamais a mim concedeu uma soltura
Que me despontasse fora desta prisão! 

Então resta ofertar a lucidez à alvorada
E ter na tessitura dos versos uma utopia:
No lirismo embalar a alma cansada,
Enquanto desfrutas tu da madrugada:
Deixa que eu seja o bardo dos deuses
Tão esquecidos como o sou, para o teu sono.

Bruno Borin Boccia

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Anseio


Se choro é porque te amo
Envolto num sentir misterioso:
Em alegre singeleza, declamo
Que tu, eleito, és meu precioso!

Num pousar de mãos e beijos
Não os quero só na memória
Tenho pressa, o viver é agora!
Sonho com mais-que-perfeitos

Dias, que tua singular presença
Nunca me deixe salgar em espera;
Que teu partir nunca vire quimera;

E nova seja a vida em tua pertença, 
Com saudosas lágrimas do começo,
Quando, floriu esta eterna primavera!

Bruno Borin