quinta-feira, 24 de março de 2011

Oceano

Minha memória já alterou
O que meus olhos fitaram ávidamente
Meu coração é uma câmara de eterno luto
Posto que não quero ver as estrelas
Se não posso olhar para ti
E lembrar teu rosto
Odeio o oceano,
Pois nunca mais vi teus olhos
Fardo tão grave é o de viver
Mas em vão seria morrer
Se não reconhecestes minha sepultura
Mas reconheço que se vistes meu semblante trágico
Não conseguiria amar-me
Nem torturar-me
Sou um amontoado de palavras rancorosas
E rimas fracas
Regado à morbidez e lamúrios
Indigno e indulgente
Agonizo na própria peçonha
De amar.

By: Bruno

2 comentários:

  1. Fico impressionado como és produtivo. Postas aqui quase que numa base diária. Queria eu ter tanta coisa para dizer! Kkkk.
    Eu vi teu comentário, e fico grato por ele. E a respeito do que disse - não fique timido de dar tua opinião. Em primeiro lugar, faz o "blogueiro"/escritor ver que suas palavras e pensamentos não são apenas meros ruídos perdidos entre tantas outras páginas na internet. E em segundo lugar, comentarios construtivos são como perolas e sempre bem-vindos. Se vê alguma coisa positiva, é bom ouvir, e se vê algo negativo e que precisa ser corrigido, eu gosto de ficar sabendo disso também.
    Agora, sobre este poema que escrevestes, eu devo ser sincero - eu geralmente não simpatizo muito por poemas que não tenham uma forma/rima/métrica especifica, e eu tento dar aos meus poemas o máximo dessas três coisas. Mas os teus são diferentes, e pode crer que estou sendo bem sincero quando digo isso. Apesar de seus poemas não apresentarem muito dos elementos que citei, você escreve frases tão poéticas em si, que esses artificios nem fazem falta. Frases como "Agonizo na própria peçonha de amar" e "Meu coração é uma câmara de eterno luto" me comovem muito, e por isso gosto do teu trabalho. Pode crer, não sei se vc passou por situações que o levaram a escrever isto, mas eu posso simpatizar muito com a menssagem.

    ---Davi Coêlho.

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  2. Ah sim, quase ia me esquecendo, a única coisa que me incomoda um pouco é a frase "Odeio o oceano" parece estar fora do lugar para mim. É como se fosse inserida aleatoriamente e repentinamente no poema. Mas o resto está otimo. Pq escolhestes este titulo para o poema?

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