sábado, 12 de março de 2011

Inconstante

Sou triste como um lamento
Vago como uma despedida
Musicado como uma alegoria
Sonoro como um relinxo
E emotivo como folhas ao vento
Só posso deixar meu nome
Humano...
Deixo cântigos de amor
E poesias demoníacas
Posto que tenho alma
A mocidade me consome
As vozes longínquas me inquietam
O cadáver que bóia chama minha atenção
Mas é vida, é ciclo
Sigo fazendo odes à Bauderalaire
Rimando como o Querido Vinícius
Mas sei que não sou impecável
Sou apenas um barulho letrado
Mágoas aquosas
Lírios avivados
A noite de lua pede celebração
Homenageio os japoneses agora em apuros
Embora sou alegre alma
Carrego dores que não sei como adquiri
A agonia por vezes me faz rir
Por vezes me faz chorar
As pedras soam como lirismos
As águas as moldam
Delicadamente
Sou inconstante
Sou a mudança
Sou o próprio destino
Não obstante, ainda sou humano e frágil
Sou... inconstante!

By: Bruno

Um comentário:

  1. Os primeiros versos são um tanto...inquietantes, mas mais adiante o poema toma um tom mais suave em suas definições e por fim, volta a ser inquietante.
    Adorei essa frase aqui:

    "Sou apenas um barulho letrado." Muito engraçado e criativo essa sua comparação.

    Gostei do poema como um todo, acho que no fundo, todos nós somos pelo menos um pouco inconstantes - uns mais que os outros. Aqueles que não mudam são estático, talvez até mortos. Você mostra uma grande sensibilidade na maneira em que se compara com as coisas. Ora, até parece que você teve contato com as antigas poesias do povo Celta.

    Ah, e quase ia me esquecendo - aquelas vocês longínquas também me também me inquietam ;-).

    ---Davi

    ResponderExcluir