quinta-feira, 17 de março de 2011

"Das Sombras"



Penso em palavras que logo fragmentam-se
Tropegamente renovadas
A alma maldita renega a mortalidade
O corpo enevoa-se na imoralidade
Versos ressentidos sobre o nada
Está presente uma inspiração desconexa
O relógio depravadamente come o que me resta
O pretérito borra-se
Como a uma poça nanquim
O velho piano produz notas medonhas
Não há perdão na sombra
Não há simplismo na simbologia
O bater do galho na janela
Rompe a quietude melódica do piano
Surge do abismo mais um conjunto de versos
Poesia é uma atitude verossímil
Abate o sofrimento da vida
O tédio e o receio
Mas não o medo e a fome
Não obstante a curiosidade disforme
Despeço me deste verso
Bruscamente
E de ti leitor
Que das sombras me procuras
Que das sombras retornarei
só.

By: Bruno

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