sábado, 19 de março de 2011

Alquimia das palavras

O torpor da adorável dor
Alegra, inspira
Minha vida e meu esplendor

Desço do céu bizarro e nevoento
Da mesma maneira que subo da profundeza
Irreal e libertino

Indago-me sobre a obscura e sibilina
Alquimia das palavras
A mortalha da impecabilidade adorada

Em todo o meu sangue é este veneno
Eu sou espelho tão terreno
Da amargura e do pessimismo

Perpetuo a crítica
A ausência de cultura alumia
As muitas almas irremediáveis

Cantos roucos
Dos redemoinhos mais loucos
A busca pueril de palavras indignas
Irônicamente ígnea e imundos vocábulos

Surrealismo culposo
Hedonismo acusado
Há no mal o que não há no bem geral
No archote de graças satânicas
A consciência de classe e elegâncias

A orda sedenta do abismo
Há de ensinar outrora
A ignorância que de bem se disfarça
Num diálogo sombrio e cálido

O adorno da lingua culta
A alquimia das palavras
E a odisséia da escrita.

By: Bruno

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