segunda-feira, 16 de maio de 2011

O vinho do amante alienado

Numa ébria tentativa de aliviar inúmeras dores
Na vã estranheza do pensamento
O amor, meu alento
É espremido feito fruta seca, em louvores

Não existem horas eternas
Adormeço sempre depois das estrelas
Numa poça cristalizada de toda dor a nós atreladas
Personificar o amor, colocá-lo em cisternas

É por demasiada alienação
Que toda ação relacionada ao embargo amoroso
Seja carregada de taças a tiritar e um gesto penoso
E então mergulho num turbilhão de fantasia e alucinação

E na garganta desce sem cerimônia
O vinho que à tarde ficava em uma oculta garrafa
Na noite, a mulher ardilosa então datilografa
E na madrugada por fim, olhamos a quieta begônia

Por fim não vivi as horas que me eram eternas
Trôpego, escrevia e alucinava, alucinava amores diversos
E neste pardo instante, há um lume nestes versos
Lume de cores palpitantes e ternas
Eis o tal aclamado e inebriante amor!

By: Bruno

Um comentário:

  1. Muito bom, plenamente neorromântico e expressivo como todo o vinho e seu efeito nos poetas, gostei bastante,

    um abraço poeta.

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