sábado, 2 de abril de 2011

A mansão

A mansão...
Deve sempre existir no passado
Minha consciência vive no presente
Eu vivo no presente
Mas a mansão maldita
Pertence à época dos malditos
Devem residir nela apenas os irremediáveis
Os inconsoláveis e os suicidas
Jogue fora os enfermos
De nada vale uma alma improdutiva
De nada vale o pensamento otimista
A obra abrange a beleza da morte
O encanto dos lamúrios e o brilho do pranto
A amplitude da ilusão
Saboreiem-se em literatura
De um jovem amaldiçoado
Um fatalismo em tempos modernos
Só adentrem na mansão os impetuosos
Almas corrompidas
Audaz mente a que tenta interpretar-me
Sagaz inebriante entrada a terreiro pútrido
Tinjo meu corpo de vinho e meu coração de branco
Digo-lhe e repito sou um maldito e pertenço ao passado
Não hei de herdar modernidade inculta e infame
Me abstenho da realidade
Edifico-me na mansão maldita e poética
Aeternum...

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