sábado, 15 de setembro de 2012

Os astros


Meus dias amontoam-se 
À deriva
Como grãos que apregoam-se
De afirmativa
Forma, uníssona.

Meus sóis congestionam-se
Ao merisma
E confusos ressonam-se
Entre furtivas
Luas altíssonas.

Estrelas repovoam-se
Não minhas
No frio, aproam-se
Sem sombrinhas
No meio da noite.

Deimos afeiçoado é
Por minha virtude 
Enlaçada em vicissitudes
Como a ociosa maré.

Fobos comenta
Sem ser notado
Sequer ouvido
E logo se ausenta.

Curioso em meio 
À tantos sons
Exclamo meu enleio,
Meu penúltimo enleio!

Ah visões, visões!
Perdi a vida
Sem verdes razões!
Talvez reste tempo,
Para embeber a última ferida!

By: Bruno Borin

Um comentário:

  1. Caro Poeta,
    Não me deslindo em seu "Os Astros". Tampouco dele me desatrelo. Esbarro nos locais do pronome "se", por ali embaralho meus pés. Tropeço no texto? Pode ser!
    Mas, eu me decido pelo que gosto " Estrelas não minhas no frio". Posso caminhar enfim. As estrelas são de ninguém caro Poeta Estelar? E o que fazem então, visíveis e vistas, a visitarem seu Poema? Deimos, Fobos engolfam? Não ao Poeta que "curioso exclama seu enleio". Fujo por meus atalhos leves que emprestei do seu Poema Quase Triste. Abraços,
    Cibele

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