segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Faceless


Como me embala esta laceração!
Como meu sangue escorre mudo!
Instigando o lânguido veludo
Da minha initerrupta imaginação.

Que aflição ao ver tais pálpebras
Fechadas a mim, escondendo aquelas safiras brutas
Das infecções da minha alma poluta
Em procissão sinistra pelas minhas vértebras
Que aflição ao ver tais intenções indecifráveis!

O véu neblinoso enrruga as dobras do meu coração
E ocultamente inicia mais uma dor em nome da sua face
Interpretando mil vezes cada expressão, no eterno impasse
De resolver esse mistério que aguarda se tornar mais um clarão

E a lua envolvendo meu sonho como envolve uma boneca em ternura
Desola ainda mais meus pensamentos me trazendo seu isolamento,
Me selando ainda mais perto daqueles lábios enigmáticos e, tremendo,
Eu impassívelmente penso no caos em que está a minha nervura

Enchendo-me do turbilhão sonâmbulo destes desejos
Percebo o quanto eu não sei sobre aqueles olhos vítreos,
Sobre aquela face constelada por meu curioso espectro...

Então me pergunto, tal como jóia rara e intocada
O quanto destas memórias permanecerão enterradas?
Me fazendo abraçar a solidão e ter minhas asas arrancadas
Repetidamente...

By: Bruno

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