sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Faisão

Trancedendo-me até as cores impostas a mim
Murcharem aquosas no eucalipto em brasa
Lembro-me da infantil memória do cativeiro sem fim
Até a chuva me confortava deixando minha visão baça

O balbuciar infame dos humanos me soava ameaçador
Nem imagino o quanto custou quando desci nas gargantas
Acompanhado de algo roxo que estava nas garrafas em ardor
Em inclemente celebração, insaciada ceia santa!

E escuto em espírito, se é que tenho
Os refrões dominicais, a Graça!
Embora só trazem desesperanças, me abstenho
Serão mais contentes após a glorificação que me arregaça

Com um garfo após o outro, os olhos esfregando
As almas eram pedras indiferentes e esfomeando
Vertiam até os ossos em suas áureas vontades
Garrafas tombavam várias, fora de minhas acuidades

Sempre hei de recordar com suspiros o bosque amado
Os pequenos arboredos e do coaxar do lago próximo
Lembrança ilusória de atrás de um vidro, sob um céu abarracado

Abrindo largamente sua falsa tranquilidade
Escondia bem o inverno austero
Quando naquele sol da tarde, alvo do costume da cidade...

By: Bruno

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