segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Memórias...

Caminhando pelas primaveras do meu pensamento
Tenho a audácia de lançar tintas e cores sobre uma folha em branco
Debaixo de monótono céu confundo a pesada memória
Com os síncronos rumores do tempo de criança
Me aprazia o olhar também, diversa lembrança da viagem
Onde morriam e renasciam todas as cores
Juntamente com o bafejo aromático da formosa saudade
Contradizendo-me

Pois que ficamos eu e o Gato a fitar os minutos após a meia noite
Transmitindo-nos um sono ao qual não me permito
Diferente do raio cintilante do fogo, do qual me encho toda vez
Da euforia mais rebelde, que desta vez ele não se permite contagiar
Posso dizer que minha alma não sofre
Condizendo-me

Lembra, Gato, de quando eu tentei tocar piano?
Meu nervosismo foi tão insolente
Lembra, Gato, do passarinho que vimos naquela tarde?
O som do piano também nos tinha invadido os ouvidos
Durante nossas conversas jamais arrebatadas
E então vimos na morte o clarão que cessa
Os sons que findam trazendo o alívio deserto
Interrompendo-me

Revi atestando os lugares visitados
Escadas, paredes, pessoas familiares
Efêmeros traços sem arrependimentos
Dentre os vagos despertares que velam
Este passado incerto, embora puro
Com todos os sentidos que a ebriedade pode apurar-me
Embrigando-me.

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