terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Repartição

Suspiros escorrem pelos azuis das corolas
Cortando o chiado das vitrolas
Que entoam sem lamento ou dissabor
A fantasia germinando em estupor

Fitando o céu azul com alvíssimas nuvens
Que deixam nevar em minhas mãos
O sonho incompatível dos sãos
Acompanhando os odores da tristeza que surgem

De modo menor canta a inconvecida harmonia
Do desfolhar das árvores em alegria
Descompassando os alísios do oceano
Inda ignorado pelo encantamento soberano

O beijo então dos ventos despetaleiam
Brutalmente os azuizinhos azarados
Que ao ombro da grama pranteiam

Então sombreando o infinito tremendo
O Salgueiro ouve este brando rumor
De mais um de muitos peitos rompendo.

By: Bruno

2 comentários:

  1. Os poemas sempre nos deixam seus mistérios, mas também carregam (caso o autor queira) uma enorme dor. Por que será que eu senti isso ao ler este poema? Um grande beijo!

    O blog tá atualizado e com conto novo (depois de muito tempo rs).

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