terça-feira, 4 de outubro de 2011

Meses de chuva


Nestes bons meses de chuva
Eu sinto as gotas amadas caindo
Como o vinho que coadjuva
As melhores ideias pipocando e fluindo

As estrelas trementes dividem seu lirismo
Semeado nestas modestas rimas indiscretas
Que contam histórias que rangem como gavetas
Quando se abrem para contar seus cinismos

Vultos fantásticos e arbóreos
Mais impressionantes que o carvalho mais escuro
Condecoram estes êfemeros traços de existência corpórea
Com suas sombras e assombros, manias e algazarras mais obscuras

A luz que é refletia naquele rio sujo
Conecta loucamente as gramas e extratos arbustivos
Da margem à sua vida fluente e corruptiva
Lenta e provocativamente como um caramujo

Nestes bons meses de chuva
Somente o frescor ácido dessas gotículas
Agitam do coração, minhas aurículas
No alcoolismo langoroso das melhores uvas.

By: Bruno

Um comentário:

  1. A chuva de fato é grande inspiradora, e interessante o saudosismo relacionado a ela, é a mesma sensação que sinto quando a contemplo, muito bom poeta Borin,

    um cordial abraço.

    ResponderExcluir