terça-feira, 2 de novembro de 2010

A página continua em branco
o coração sangra
não sei como falar o que sinto desta vez
é como um corte profundo
mas não estou morrendo
não consigo me lembrar da cor dos seus olhos
esse amor hemorrágico não leva a lugar algum
a alma é partida em pequenos grãos
e lavada pela água
sem conseguir se purificar
forçar a mente é um gesto vago
não há como lembrar daqueles dias
corro pela chuva
buscando os traços de um vulto
que acaba de virar a rua
eu não deveria me importar
deveria render-me à treva
ao conforto do grande abismo
para onde todo aquele sangue meu
deve ter escorrido

By: Bruno

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