quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Encarnação


Meu corpo é um barco sem ter porto,
Tempestade de mar morto;
Sem o teu corpo,
Meu ser é apenas deserto
Amarrado em saudade,
Onde ventam as memórias tuas
Como areia em meus olhos.

Meu corpo é tela nua
Onde o azul por ti colocado
Tatuou o meu sentir
Com uma vida que desconhecia,
E que não sabia que tanto a pedia,
Escrevendo feito grito inaudito,
Me fazendo de mito.

Meu corpo é feito de cores
Vindas das suas delicadas mãos;
Mil madrugadas da tua presença viva;
Começo de um mundo novo,
Versos em aberto,
Cheios do sonho de ser a casa
Em que possas deitar tuas íris e teu arco.

Bruno Borin

Nenhum comentário:

Postar um comentário