segunda-feira, 9 de julho de 2012

Divagações insones


Eu me arremeço na cama escorregando na finitude de um sonho fantasioso
O céu parece transbordar um laranja desagradável
Meio que alegre e triste, por vezes interrompido pelo tempo nebuloso

E apesar dos selvagens pingos de chuva mancharem ruidosos
Uma visão completamente irreal e transfigurada
Injuriada por odiar o dia e arremessar-se às noites nebulosas

Na desconsolação de uma febril solitude 
A lua vem me dar um pouco mais de tragicidade
Observando diretamente a amplidão da minha quietude

Os símbolos, os rituais e as meditações se tornam então
Apenas estranhas formas de lamuriar uma esperança mastigada
Conquanto o esquecimento que se cristaliza parece-me um irmão

Volúpias, seduções e demais feitiçarias são o embalçamento
Das convulções da carência que emerge como um oceano 
Tão nauseabundo e tão eloquente, que é dos demais o seu firmamento

E nas desfigurações dos meus sentimentos, as auréolas do assombro
Sempre deram lugar à essas ondulações nervosas, que
Me forçam a andar assim perdido, na vastidão interminável dos meus escombros

E então vejo meu requiem em um punhado de olhos constelados
Me vestindo de fantasias que me direcionam a diversas salvações
Porque insisto em poematizar todas as coisas que brilhem mais que eu.

By: Bruno

2 comentários:

  1. Insistimos em ver poesia em tudo, um jeito doce ou inocente de suportar os devaneios de uma vida que tanto nos cobra.

    Bruninho!
    Ai que orgulho de você!
    Um beijo da tua amiga e fã

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  2. "...Uma vida que tanto nos cobra."

    É... A única coisa que nos resta, se não viver ela.

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