quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O maltrapilho e o zombeteiro

Aos passos curtos de uma escada de três degraus, um maltrapilho, destes com um grande saco nas costas foi subitamente agarrado por trás, creio eu tomado por algum satanás zombeteiro, e desde sua queda, para o susto dos transeuntes, ele balbuciava berradamente uma canção não identificável. Seja devido a sua embriaguez ou devido a ausência de percepção daqueles que assistiam ao coro dos segundos desvairados que se seguiam.

E nesta inquietude de um êxtase perpétuo, eu percebo ao olhar rapidamente no relógio e relacionar isto ao tempo do acontecimento, percebo que o crepúsculo excita os loucos e naquela harmonia de uivos havia algumas distinções imaginárias que o punham cantando à mesa de um sabá dos mais festivos, em que há instrumentos e melodias ao gosto dos demônios e também o colocava em uma condecoração de algum grão duque da terra dos loucos. E assim é engendrada a reinvenção do crepúsculo, que agora é uma figura ditosa a dotar qualquer criatura de toda a infame glória dos talentos mais culposos.

O crepúsculo ao me explicar as tristezas das cantorias me faz entender a zombaria que tudo isso acaba se tornando aos olhos do demoninho sombreando a aura curvilínea do maltrapilho. Se fazendo causa, ato e consequência daquela alegria súbita que se torna um aleatório passatempo para quem é pego de surpresa ao passar por uma das numerosas estações de São Paulo.

By: Bruno

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