Aos passos curtos de uma escada de três degraus, um maltrapilho, destes com um grande saco nas costas foi subitamente agarrado por trás, creio eu tomado por algum satanás zombeteiro, e desde sua queda, para o susto dos transeuntes, ele balbuciava berradamente uma canção não identificável. Seja devido a sua embriaguez ou devido a ausência de percepção daqueles que assistiam ao coro dos segundos desvairados que se seguiam.
E nesta inquietude de um êxtase perpétuo, eu percebo ao olhar rapidamente no relógio e relacionar isto ao tempo do acontecimento, percebo que o crepúsculo excita os loucos e naquela harmonia de uivos havia algumas distinções imaginárias que o punham cantando à mesa de um sabá dos mais festivos, em que há instrumentos e melodias ao gosto dos demônios e também o colocava em uma condecoração de algum grão duque da terra dos loucos. E assim é engendrada a reinvenção do crepúsculo, que agora é uma figura ditosa a dotar qualquer criatura de toda a infame glória dos talentos mais culposos.
O crepúsculo ao me explicar as tristezas das cantorias me faz entender a zombaria que tudo isso acaba se tornando aos olhos do demoninho sombreando a aura curvilínea do maltrapilho. Se fazendo causa, ato e consequência daquela alegria súbita que se torna um aleatório passatempo para quem é pego de surpresa ao passar por uma das numerosas estações de São Paulo.
By: Bruno
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