terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Irremediabilidade

Objetos religiosos corrompidos
Determinam a ascenção do demônio
Este inexprimível heterônimo
Dos atos mais inabsolvíveis afligidos

Que dizer então, do fluxo constante de heresias?
Que comentar, da doce sinfonia das negligências mais frias?
Apesar de todo o sangue, jamais os humanos se saciam
Causa que faz os céus rirem dos joelhos que se martirizam

Como o mais meigo animal a destilar-se de orações
Na deserta imensidão onde os incensos e castiçais
Estupros, punhaladas e desastres, porções abissais
Cuidadosamente escolhidas para suprir as abstrações

A morte desde os primórdios sorve languente
A vida como um delicioso chá num parque outonal
O verdugo austero das guerras e do despotismo eternal
Dos mais fortes a retirar da bolsa dos párias a vida existente

Os ossos roídos daqueles que não veem a maldição no horizonte
São como as crianças ávidas para o espetáculo
Onde as impacientes mães colocam um doce em suas bocas, um odiento obstáculo

A resignação de obedecer a ordem da faláscia
Imposta para calar a pequena criança
Que mesmo ausente de perspicácia

Intenta a fúria da mãe e esta, rigorosa
Lhe lasca uma bofetada vigorosa!

By: Bruno

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