sábado, 22 de janeiro de 2011

Um livro

Nas páginas amarelas de um livro
Escorrem pequenas letras imprevistas
Tingem-nas com histórias
Desespiralizam contos
Tecem vidas

Minhas pupilas ávidas
Piscam a procura da satisfação
da curiosidade que preenche minha alma
Temo desapontar-me, mas confiarei
Esperarei pacientemente
Certo de que lerei muitas coisas
encantadoras

Levanto meu corpo
e ando em direção ao gato
Este balbucia sons
Só compreendidos por alguém
Que fale o mesmo idioma que ele
Mesmo assim, ele não parece frustrado,
Pede-me comida
Apenas sei, por mera convivência
Nada mais.

Bebo um copo com água
Aguardo aquele livro amarelo ainda
Suas páginas são preenchidas
Rápidas e misteriosamente
Não há caneta, nem ser vivente
Nem alma, nem maldição

Apenas um livro
que se preenche sozinho
Numa alucinação vívida
E inefável!

By: Bruno

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