I
Viviam em uma época lúdica e antiga
Um pássaro lindo, de azul plumagem
E uma deusa amável, digna de cantiga;
Eles brincavam com crianças na folhagem
Pousada a cantar, a ave de tão mágica
Quanto a deusa, sua melodia de amores
a transformou em um coelho num átimo;
Todos celebraram o feito com clamores!
Passaram as estações, a lebre triste,
Triste ficara, nem a deusa podia ajudar
Sem poderes durante o inverto em riste!
Quem sabe na primavera, a deusa forte
Pudesse de volta a ave transformar?
Dito e feito! Floriu o tempo de sorte!
II
O lindo pássaro azul pôde cantar e voar
Novamente! E em felicidade real e suprema
Quatro ovos botara! Num ninho de alfazema,
Para cada estação do ano nunca se olvidar!
O pássaro, após algum tempo, em lépida lebre
Retornara! Agradecido seus tenros ovos pintou
Para os quatro cantos do mundo os distribuiu
A deusa tão enternecida, em seu trono de sebe
Reconheceu o ato danoso ao arbítrio dos seres
E tatuou no rosto da lua esta bela mensagem
E até hoje podemos ver estes belos saberes:
Uma silhueta de coelhinho, em nome de Ostera!
A Era de Ouro nos lega esta inocente imagem...
E Contar uma historinha destas, quem me dera!
Bruno Borin
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