quinta-feira, 12 de abril de 2018

Derrubada


Ah saudoso Jaguaribe, Rio de minha vida 
Águas imaginárias em que nadei...
Águas em que correm a força de Tupã
O sangue do trovão sem tempestade!

Queria ver-te mais uma vez cirandando, 
Sem o progresso da civilização 
Arco e flecha sem rumo de morte
A pureza livre de um verso inocente!

Dançam nas cordas o hiato das eras
Yamandú catequizado reza o terço
Empurrando as nuvens do céu 
Para dar sol às tíbías Caapongas 
Botões de cura em tempos negros...

Mistérios da língua Tupi, caraguatá
Para quem sabe da chaga e do luto,
Mitos que morrem entre balas e anúncios 
Mata derrubada, Adeus Poti...
Iracema é morta!
Rubra cor pinta as margens
Do saudoso Jaguaribe...

Bruno Borin

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