domingo, 13 de março de 2016

Delíquio



- Alma em cilício e enxofre, pasma,
Brandindo a missa atroz em névoa fria
Das chagas cardíacas em romaria.
Enquanto meu epitélio em xantelasma;
Urdia pungido da realidade medicinal,
Dos exames e empirismos modernos,
Tão perto de escrever nos Celestes Cadernos
A epigênese de mais uma histeria ocasional;

Quando reverberava sobre meu olhar
Perfumes boreais que iam apagando,
Tudo quanto era preenchido pelo vozear;
Cujas opressões persistiam estrangulando
A vontade esquálida pela invadida carne;
Tão belo foi este outono mentiroso, quanto
Foi necessário ser erguido da risonha situação,
Enquanto obtusa se fez a  cisma em manto
De desatino, resoluto a retirar de mim
Aquilo que se achava sobre meu eu, sem fim.

Bruno Borin

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