No borralhado lume dos estros
Das delicadezas ermas e silentes,
Pendem os frutos mais modestos;
Imersos em subtil mas fulgente
Acorde, a farfalhar estrelado,
Nos corações mais conflitantes;
- Restos de magias obnubilantes
A laurear a vida tão nublada!
Postergando o inevitável naufrágio
Na urdidura de muitas fluidas cores,
Pulsam os temas do anseio mais frágil;
A inefável pira quer consumir as dores:
Soluçados versos, lacrimais estrofes,
De repente, o coração livre e leve
O espírito se torna, e épicas as odes
Surgem, a bradar o júbilo solene!
Trazer ao peito, as estranhas harpas
D'outrora; despertar melodias d'aurora;
Reparar na treva as luzes mais claras,
Faz do fardo, as cenas vivas do agora!
Bruno Borin
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