quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Se eu fosse eu



Se eu fosse realmente eu

Arrancaria essa minha pele
De pudores e de morte gradual

Pegaria da primeira coisa que avistasse
E iria embora, simplesmente ir embora

Sem despedida; não seria reconhecido mesmo

Iria embora sem dar aviso, não importaria mesmo

- Porque o eu é um outro...
O eu é um outro?..

Pego desse pensamento, mastigo...
De quantos outros é preciso para formar um eu?

Um pedaço só de eu, inexato, dormente... Cansado
Casado com as vicissitudes de todas as personalidades

E com a virtude de todo o ascetismo possível
E muita, muita inquietação...

Sim, eu iria embora

Para onde?

Se eu soubesse,

não seria eu...

Bruno Borin

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