terça-feira, 2 de abril de 2013

Delirium tremens



A lâmpada ao estirar sua luz em cascata
Lambe o brutalismo da minha inconstância
Na aglutinação dos surtos, à varzea desta instância
Me flagro degenerado em minha virtude psicopata

As sucessões de perquirições estranhas
Que me assolam o encéfalo ebuliçoso
Tateiam como centenas de aranhas 
Em minha carne virginal e morosa

A realidade se delicia, fragmentada diante dos meus poros
Enquanto o humus dos meus pulmões babuja
Esquizóidemente a minha respiração e tripudia
O meu destoado desconsolo

Há muito perdi o rastro do substractum secular
Dos meu mundo onírico, enquanto a síntese má 
Dos fatos empíricos jamais me perdoará
Alegorizando a afonia das matérias polutas à notivagar

Permeando a epigênese da minha insonia
Na amorfia irrupta da consciência ululante
De animal sensorial. É nesta imperícia
Que se segue meu despotismo interior redundante.

Em cismas psicanalíticas me perco
Do meu próprio distorcido espectro
Na trama fatal que me cerco
Que flameja vibrante tal como fogo fátuo

E os mesmos siderismos crepusculares da alma 
Me impulsionam neste panscosmologismo 
Do fibroso arauto do neologismo 

Remetendo o valor da unidade da calma
Que antes era procurada nos prazeres vítreos
E que agora aspiro de ti, e consigo meu pouco equilíbrio.

By: Bruno

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