quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Além da Solidão


A sombra por trás do sorriso que eu mostro
É uma gentil descupa para evitar que
Mesmo Ocultando os fantasmas que carrego em desfalque
Liberem todos os segredos que eu devoro

Dentro dos confins da minha falsa esperança
Sinto cada vez mais frio através das minhas feridas
Afagadas somente por minhas próprias mãos estremecidas
Imaginando um mundo colorido como uma criança

Subindo uma escadaria imaginária e vazia
Portando apenas uma máscara cada vez mais translúcida
Enxergando com olhos sem brilho através de uma escuridão lúcida
Sou forçado a encarar com toda insegurança a vida mais fastia

Nas minhas alucinações, onde eu posso ser eu
As trevas se tornam sons únicos, até as cores se desfiguram
O céu se torna apenas uma mancha escura
Onde deveria ser estrelado se mostra um coliseu

Nas flamas que eu imagino serem perfeitas
Tudo desmorona se corrompendo, perdendo sua vida
Partindo para sempre frágilmente liquefeitas

Olhando por uma pequena fresta agora
As cinzas inocentes deixadas por aquela chama
Que perdeu lentamente seu calor na aurora
Enquanto eu me escondia em um anagrama

Cada dia é uma rachadura na minha pequena máscara
Feita por minhas lágrimas sanguinolentas
Servindo de alimento para estas flores agourentas
Pavimentando os esqueletos que jazem ao som da cítara

Vagando com uma razão silenciosa
Por entre a grama amassada, mas ainda verde
Carrego algo que não se encaixa, porém não se perde
Tento indelicadamente entender sua utilidade luminosa

Antes que imagens embassadas
Se tornem as obcessões dos meus medos
Adoentando minhas emoções já conturbadas
Distorcendo minha percepção deste grande arvoredo.

By: Bruno

Um comentário:

  1. "Cada dia é uma rachadura na minha pequena máscara". Sabe que é tão eu às vezes? A subjetividade me completa, mas só de vez em quando. Apesar de subjetivo, me achei durante alguns versos... Lindo, Bruno.

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