domingo, 31 de outubro de 2010

Não há o que ser escrito
que já não exista em algum lugar
neste vasto, vago universo
multidimensional, tedioso
qual seria minha função então?
re-inventar o já escrito?
entristecer-me a base de
palavras e pensamentos
profundos porém pífios?
é certo, este grande tédio da vida
nunca passa, escrever só alivia
uma dor psicossomática, inexistente
mas essencial,
dor essa que aniquila a esperança
e enfeita a solidão.

Se estas palavras jamais te alcançarem
vou pegar meu corpo vivo e jogá-lo fora,
pois a busca constante por esses fragmentos
chamados felicidade, despedaça minha alma
Para que tantos caminhos?
você está em todos os lugares?
Então leve-me diretamente a você
já não basta o meu tédio
a minha dor? a minha função inexistente?
Mesmo que for tudo uma ilusão
quero perder-me nela
fazer da minha mente mil pedaços
guardar no meu coração a sua ternura
colecionar os sonhos que um dia foram teus...
Não quero fugir desse sofrimento
quando já estou suficientemente alienado
não me renderei, nem mesmo a luz poderá vencer-me
nesta escuridão, junto às cinzas
minha função não está obsoleta!

By Bruno

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