O que é um soneto, senão parte riso
E parte da lágrima que compartilho:
O instante em que a chuva nos tinge,
Sabiá com trevas e mistério de esfinge?
O momento do abraço ou do beijo,
Carinho que viaja neste proibido Tejo,
É forma presente ou já esquecida?
Qual seu sentido - Métrico ou lúdico?
Vaso chinês ou porcelanato floral?
Cadência de estrelas, rã no regato,
Vernáculos em escrita escultural?
A surpresa do verso é nunca saber
Se advém de inspirado aprender,
Ou calculado e esmerado aparato!
Bruno Borin
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