quarta-feira, 11 de maio de 2016

Sonho acordado


Vestido de ecos, sonho acordado,
Com olhos cor de horizonte bravio;
Um azul que desponta do macio,
Das nuvens que me mantém agarrado:

Era ao entardecer de um pensamento
Quando a vaga figura  cristalina,
Surgiu, murmurando emoções ao alento
Criando uma expectativa repentina:

Essa minha ingênua natureza,
De sugar das essências da beleza,
Suas diluentes espiritualidades,
Para compor lágrimas de saudade:

No mais profundo borbulhar latente,
De um neblinamento sulfuroso,
Do coração que feliz e triste sente,
Um temperamento chuvoso!

Um tórrido romance de fantasia
A brilhar num futuro sem conquista
Olhares e risadas, a trocar versos
De amor inato e sem antinomias! 

Mais um belo recorte tirado
Das páginas secretas da vida
Rascunho revirado, remontado
Composto de letras perdidas

Onde futuros não anoitecem
Corações palpitam em beijos
E mundos se cruzam sem eixo.
Ecos não tem retorno: - Assim,
Acordo, quando muito me mexo...

Bruno Borin

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