No alto, alcalino alcoolismo
A lassa vastidão, em tropismo
Tegumenta a verve neblinosa
Das visões mais altaneiras das rosas:
O estudo em vermelho melódico
Seguem em afinação de espírito
Perseguindo do petalar harmônico
As canções de mais profundo rito:
No navegar nos acordes da memória
Que a vida se solta, líquida e sem charia:
Porfiando a beleza dos sonhos numa tela,
Que pode se constituir de lágrima ou alegria
Dependendo da forma como sentimos
Os bordados que em nós se constelam.
Das lindezas, sempre se recolhe o sangue,
Magia sem ventos, sem mares e sem luares:
Melodia que acontece na alma, o mangue,
Onde do escuro os frutos, estes entoares
Brotam qual ramagem noviça e rebelde,
Pungindo os desejos, montados no veleiros
Do imaginário, dos quais o poeta se embebe
Em Ânsias que enlevam aos rubros passeios:
Gestos transmutados no carinho da voz,
Perfazendo mil sentidos, em que a emoção
Se emaranha: em clâmides instaura a foz
Qu'inventa a primavera e em versos tece,
Com paixão ou melancolia que aquece
A cálida pradaria da inspiração.
Bruno Borin
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