Ser visto ao longe
Se alastrando
Vagando
Se distraindo com o mundo
Rumo a outro olhar
Fazendo-se perceber
Por seus eleitos
Aqueles que se deixam ler
Afetivo, o poema nunca chega
Transita de alma em alma
Perde um pouco da forma
Outro tanto do sentido
Uma hora é rima
Outra só conjugação
Mas a vontade cisma
Mesmo é com a conjuração
Ele só existe pra quem o enxerga
Soneto, quadra, ode, ou epístola
Sagrado mesmo é o coração
Que o abriga e se diz poeta
Mudar o mundo ninguém consegue
Mas com o que se sente
Pode-se ir além de si mesmo
Fazer cor onde não costuma ter
Espinho todo mundo tem
Queria ver mesmo quem tem pétala
Pena, pluma ou poema
E se decorar com a palavra
Que nem açucena!
Bruno Borin
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