sexta-feira, 14 de junho de 2013

À pitangueira

À pitangueira, que meus olhos verdeja:
Cada folha que se pende
Impressiona o vento experiente
E os lábios calados da terra que ensejam

O bestial firmamento aplainado do solo cimentado
O sol de ontem, tocha de tormento
Dardeja seu estelar alimento
Consumado na fotossíntética produção maquinada

Tal como ignotos amantes, a luz beija o tarô das folhas
Insondável e concupiscente comunhão de pecados venais
Que fermentam o gozo floemático, a rolar seivas brutais;
Gorjeio mudo, tal como dos passarinhos que não podem desolhar

A sedução de ritmo uno da natureza
Concretizada na eterna cópula dionisíaca
Regida pelas estações ninfomaníacas
Em rutilante e vegetal sutileza
   
No entanto, sob o fogo sólido a flambar o horizonte
As pombas nos telhados sujos, a repousar
Jamais pensariam nisso, e quiçá também 
Na quebra da rima.

By: Bruno 

Um comentário:

  1. Fazia algum tempo que não vinha visitar seus versos esses que encantadoramente, sobre tudo e sobre todos, são capazes de expressar sentimentos mais afoitos e pensamentos mais vorazes.

    dizer que adoro o que você escreve já virou clichê né. :)

    abraços.


    http://mmelofazminhacabeca.blogspot.com.br/

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