Quando Tupã se faz absoluto
Personificando a trovoada abrasiva
Que faz a revoada fugitiva
Tentar de tudo para evitar seu tributo
Senti do céu a etérea tribuna
Remoendo do crucifixo, a catequese,
Trovejando no céu a infame exegese
Das lesionadas indígenas runas
Sob o aroma almiscarado da imaginação
Arfante enjoo em brasa a condoer o ser
A tecer sobre a fúria desse Deus-trovão
O ritmado estrondo do seu alvorecer
Conforme a natureza padece inapta
E nós sem lástima a vemos como uma tela
Distante e grossa, a sua beleza inda rapta
Nossa alma silenciosamente, posto que é dela;
Titã Gaia a abrigar sem nos dar consciência
De estar nos abrigando, sem reclamar
Da vã irreverência
Da vaidade das cidades que estão o céu a arranhar
Ele percebe com sua onisciência natural
Que o ser humano que era tão transcendental
Não é nem a sombra do mais simples musaranho,
Suas lágrimas riscam o céu como chuva de estanho
Deve doer tanto
Um coração antes extasiado
No entanto
Hoje meramente catequizado
Perdeu o encanto
E chove lá fora
Como chora o coração
E ninguém nota a lânguida emoção
Desse Deus de outrora.
By: Bruno
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