quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Teatro


Suspiro sílabas moucas,
Não ousaria dizer muito:
O essencial se aproa
No incerto mas pertuito.

O rigor mortis do ideal
Até mesmo no sentir
Se traduz em flama fanal
Sem um outro a transmitir,

O efêmero calor dos trópicos 
Ou o brilho esquálido dos olhos
Mesmo através da máscara
Noh, e desta mentirosa cítara

Tão longe quanto os amanhãs,
São os acordes de um sentimento, 
Completamente esquecido nas manhãs
Onde nunca houve prometido alento

Fechando o futuro em minhas mãos
Mais uma luz se queima na cisão
E um estilhaço cerzindo um sorriso
Nos lábios que esboçam um improviso.

Bruno Borin


Nenhum comentário:

Postar um comentário