sábado, 7 de fevereiro de 2015

Da escrita


Poderia conceber inúmeras dualidades,
Mas, em nome de um novo rosto,
Diante do oceano oculto de veleidades,
No procurar um dizer, assim posto:

Às portas do pranto, frente ao vazio
Do passo vacilante, não há seguro norte
E a fé talvez abjeta, confirme a má sorte
Produzindo da escrita o negro estio...

Galgar a estrada da poesia é tortura repetida,
Porém, mesmo com o coração cansado,
Versos sempre afloram de uma vida dolorida.

Com a magia de uma memória esquecida
Urge-se contradizer, usando o inventado,
A incerteza de uma trilha reprovada.

Bruno Borin

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