sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Trancado


Quando foi que girei as fechaduras
E me tranquei dentro de tantos outros
Estes tantos quartos sutilmente salobros
Com suas escuridões tão, tão duras...

Tão escuro, tão firme, quanto presente
Este Outro: pés, mãos e rostos indispostos
Que fito perplexo: Olhos que não me sentem 
E Sou tão sólido quanto meus suspirosos 

Eus, que também são Outros, pedaços
Extraviados, feitos de pano tão garboso
Que na tentativa de me descobrir, ouso,

Mesmo temendo o material, com baços
Tateares, sentir o frio que em verdade
Era meu antes mesmo de ter multiplicidade!

Bruno Borin

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