sexta-feira, 17 de maio de 2013

Retrato ao gosto dadaísta


Bebendo da voz da multidão enaltecida, enlivrada
Desconstruo a pictoricidade da palavra
Percebo a inerente liquidez fática
Fragmentando o padrão competente em gotas
Atuação penitente, massificada e sem rota

Nos recortes de jornais, a tesoura carcomendo a certeza
Produz, certamente algum pattern de esperteza
Áspide e real retrato, olhos penetrantes recortados
Lábios desencarnados da fotografia, na colagem jogados

Ruptura jacente, confirma o fetiche por identidade
Domínio do irrisório, flores nuas de espinhos
Crucifixos e terços servem de escaninho
Aos dedos culpados, ao reflexo imódico da intimidade

Pernas bailam a chorosa rotina de andar desoladas
Despre/ocupadamente, razoáveis rostos a mentir despretensão
Finos e frágeis olhares, recortados abraços; imantação
Da passagem do tempo no sacolejo de passos descolados

O instante, mantém seu leque aberto
Florindo ao apagar da comoção
Sendo despetalado no flux da insensibilidade trágica
Acontecido sob a plumagem do desconcerto
Esquecido fora da asa da emoção.

By: Bruno

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