quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Noite Metonímica
Biografia de Charles Baudelaire
Poeta francês. Famoso por suas Flores do mal, influenciou toda a poesia simbolista mundial e lançou as bases da poesia moderna.
Baudelaire marcou com sua presença as últimas décadas do século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolista. De sua maneira de ser originaram-se na França os poetas "malditos". De sua obra derivaram os procedimentos anticonvencionais de Rimbaud e Lautréamont, a musicalidade de Verlaine, o intelectualismo de Mallarmé, a ironia coloquial de Corbière e Laforgue.
Poeta e crítico francês, Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris em 9 de abril de 1821. Desavenças com o padrasto forçaram-no a interromper seus estudos, iniciados em Lyon, para uma viagem à Índia, que interrompeu nas ilhas Maurício. Ao regressar, dissipou seus bens nos meios boêmios de Paris, onde conheceu a atriz Jeanne Duval, uma de suas musas. Outras seriam, depois, Mme. Sabatier e a atriz Marie Daubrun. Endividado, foi submetido a conselho judiciário pela família, que nomeou um tutor para controlar seus gastos. Baudelaire permaneceu sempre em conflito com esse tutor, Ancelle.
Acontecimento capital na vida do poeta é o processo a que foi submetido em 1857, ao publicar Les Fleurs du mal (As flores do mal). Além de condená-lo a uma multa por ultraje à moral e aos bons costumes, a justiça obrigou-o a retirar do volume seis poemas. Só a partir de 1911 apareceram edições completas da obra.
Mal compreendida por seus contemporâneos, apesar de elogiada por Victor Hugo, Teóphile Gautier, Gustave Flaubert e Théodore de Banville, a poesia de Baudelaire está marcada pela contradição. Revela, de um lado, o herdeiro do romantismo negro de Edgar Allan Poe e Gérard de Nerval, e de outro o poeta crítico que se opôs aos excessos sentimentais e retóricos do romantismo francês.
Uma nova estratégia da linguagem - Quase toda a crítica moderna concorda que Baudelaire inventou uma nova estratégia da linguagem. Erich Auerbach observou que sua poesia foi a primeira a incorporar a matéria da realidade grotesca à linguagem sublimada do romantismo. Nesse sentido Baudelaire criou a poesia moderna, concedendo a toda realidade o direito de ser submetida ao tratamento poético.
A atividade de Baudelaire se dividiu entre a poesia, a crítica literária e de arte e a tradução. Seu maior título são Les Fleurs du mal, cujos poemas mais antigos datam de 1841. Além da celeuma judicial, o livro despertou hostilidades na imprensa e foi julgado por muitos como um subproduto degenerado do romantismo.
Tanto Les Fleurs du mal como os Petits poèmes en prose (1868; Pequenos poemas em prosa), depois intitulados Le Spleen de Paris (1869) e publicados em revistas desde 1861, introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo o grotesco ao sublime e explorando as secretas analogias do universo. Para fixar a nova forma do poema em prosa, Baudelaire usou como modelo uma obra de Aloïsius Bertrand, Gaspard de la nuit (1842; Gaspar da noite), se bem tenha ampliado em muito suas possibilidades.
Crítica de arte e traduções - Baudelaire destacou-se desde cedo como crítico de arte. O Salon de 1845 (Salão de 1845) e o Salon de 1846 (Salão de 1846) datam do início de sua carreira. Seus escritos posteriores foram reunidos em dois volumes póstumos, com os títulos de L'Art romantique (1868; A arte romântica) e Curiosités esthétiques (1868; Curiosidades estéticas). Revelam a preocupação de Baudelaire de procurar uma razão determinante para a obra de arte e fundamentam assim um ideário estético coerente, embora fragmentário, e aberto às novas concepções.
Extensão da atividade crítica e criadora de Baudelaire foram suas traduções de Edgar Allan Poe. Dos ensaios críticos de Poe, sobretudo "The Poetic Principle" (1876; "O princípio poético"), Baudelaire tirou as diretrizes básicas de sua poética, voltada contra os excessos retóricos: a exclusão da poesia dos elementos de cunho narrativo; e a relação entre a intensidade e a brevidade das composições.
Ainda um outro Baudelaire é o revelado em suas obras especulativas e confessionais. É o caso de Les Paradis artificiels, opium et haschisch (1860; Os paraísos artificiais, ópio e haxixe), especulações sobre as plantas alucinógenas, parcialmente inspiradas nas Confessions of an English Opium-Eater (1822; Confissões de um comedor de ópio) de Thomas De Quincey; e de Journaux intimes (1909; Diários íntimos) -- que contém "Fusées" (notas escritas por volta de 1851) e "Mon coeur mis a nu" ("Meu coração desnudo") --, cuja primeira edição completa foi publicada em 1909. Tais escritos são o testamento espiritual do poeta, confissões íntimas e reflexões sobre assuntos diversos.
Quer pelo interesse inerente a sua grande poesia, quer pelos vislumbres que essas confissões propiciam, Baudelaire se destaca entre os poetas franceses mais estudados por ensaístas e críticos. Jean-Paul Sartre situou-o como protótipo de uma escolha existencial que teria repercussões no século XX, enquanto a crítica centrada nas relações históricas, como a de Walter Benjamin, dedicou-se a examinar sua consciência secreta de uma relação impossível com o mundo social.
Após uma existência das mais atribuladas, Baudelaire morreu de paralisia geral em Paris em 31 de agosto de 1867, quando mal começava a ser reconhecida sua influência duradoura sobre a evolução da poesia.
Esta é a primeira parte do "Projeto Baudelaire" que prometi a algum tempo aqui no blog. Eis que ele é uma das minhas maiores inspirações. A seguir postarei sua bibliografia completa. Espero que gostem e comentem, se já leram algo dele, se estão curiosos para descobrí-lo, etc.
Abraço poético e boas festas =]
By: Bruno
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Neste túmulo invertido
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
O Verdugo da Borboleta
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Repartição
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Nestes teus anos que se completam
Eu sei que os inúmeros parabéns e festividades
Soarão como manequins desprezíveis e noctâmbulos
E que a vida lhe traz sinistro horror, como os sonâmbulos
Quem sabe eu neste estilo maldito não te trouxesse alguma irrealidade?
Assim quero que tua viva caveira
Levante a fronte zombeteira
À moral deturpada da cristandade
Tal não pertencida moralidade
Mesmo que sejas poço de culpa e defeito
As grades insaciáveis de teu peito
Devem viver toda prosa e poética
De todas as vidas heréticas
Daqueles que dançam horrivelmente
Nutridos pela espiral livre
E aqueles inspirados por Le bateau ivre
Pois alcanças a maioridade magistralmente
E sua ironia junto com sua insânia
São sim percebidas e admiradas
Portanto desejo que jamais sejam abdicadas
Quanto mais neste dia que julgarás cheio de litânias.
Dedicado à: Maykel M. de Paiva
By: Bruno
Memórias...
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
O escuro
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Viver
Toque
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A Sucessão de Lázaro
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
O Faisão
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
O Sonho Embriagado
domingo, 27 de novembro de 2011
Dir-se-ia
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Noctuae
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Projeto Baudelaire
sábado, 19 de novembro de 2011
Le Grand Bleu
Urbanismo
By: Bruno