quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Onde não há


A figura imóvel é só um vaso agora
Seu conteúdo vaga livre
Misturado à uma temperatura que amorna
A paz que neste após se entremarra

E esconde-se bem entre os mistérios
O que nos foi prometido como confortos
Um pequeno jazigo aos pés de aves absortas
Onde não há mais sorrisos, males e nem prelúdios

Não houve chuva que riscou
Vento que soprou
Silêncio que perdurou
Somente o lento estremecimento
Ao relento dos barulhos e conversas ficou

Nos lábios ressequidos e colados
Esvaneceram-se os barulhos que tanto gostava
Agora unido à natureza que tanto aclavama
Elis que cante animada naquele campo airado!

Nos pálidos dedos escorreram para longe
Os desesperos que os coravam
As agonias que desesperavam
Até a vida se esvaiu para longe

Para o sempre sem claridade
Para o nunca sem obscuridade
Para o cansaço descomedido
Para o descanso merecido.

By: Bruno

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