domingo, 30 de outubro de 2011

Missa Negra


É impressão ou as chamas das velas
Fulguravam em ondas naquela sagrada decoração?
Enquanto orávamos fielmente à um sol de fogo e pena
Sob as palmas de um rebanho que acena

Cumprimentai-vos irmãos, com uma paz hipócrita
Tal como estrela aflita dos vícios que me acometem
Das virtudes débeis e perenes das vidas que florescem
Prodigalizando mais uma tarde nesta cripta!

O altar enegrece com o cair pungitivo
De sangue virginal e das penas que se soltam
Daqueles anjos que se revoltam
Caindo um por um com lágrimas furtivas

Gritando desesperançados
Morrendo infinitamente junto com a sanidade
Jamais livres do pecado da santidade
Corações a esmo arrancados

Afim de alimentar tamanha impureza
Volúpia fecunda a pestanejar como Hórus
Que vê além desta mancha de pus
Um sol esguio e cheio de esperteza

Que sóis vós a beira do negro abismo
De doença e de vozes
Humanas metamorfoses
Fictícias que anseiam um futurismo

Que sempre na morte
Encontra o seu vazio perplexo
Desespero respigado em reflexos
O punhal clama a falta de sorte

O diálogo sombrio rasteja
Aos ouvidos daqueles hipnotizados
Divino acaso sedento por rituais romanizados
Do rermorso covarde que nos apedreja
Nesta missa negra.

By: Bruno

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