Dir-se-ia os minutos que passam depressa
Refletindo a palidez do passado que se esquece
Imitando por muita vez a formosura do sonho que regressa
Subtraído do ID que sempre desobedece
Dir-se-ia os olhares que se cruzam
Para nunca acontecer novamente
Sutil movimento enquantos corações passeiam
Que o acaso os mostra nobremente
Dir-se-ia o mal que nos torce
À caminho de casa mas não é percebido
Rápidamente se apoderam do espírito dormido
Muita vez por satisfação torpe
Dir-se-ia pluviosê a afogar as terras
Aguando as ramagens secas
Afastando as arribações cerranas
Arranhando as rudes janelas mundanas
Dir-se-ia os desejos não cumpridos
Ao pé da cova semeando ruindade
Afagando a moral rompida
Sobrepondo-se a maldade
Dir-se-ia com tristonha voz
De fantasma friorento
O calor da vida em apodrecimento
Consumida por uma saudade atroz
Do tempo menino
Ou do amor perdido.
By: Bruno
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