O ávido turbante anil da cidade remoe em nossas cabeças o fosfóreo pensamento cosmopolita. As árvores envergonham-se enquanto isso, de serem meros organismos espalhados no concreto roído. Mas são realmente visões que conquistam os céus, verticalizando todas as novas ideias sob a égide capitalista.
A fumaça dos carros se dissipa sob o voo despretencioso dos passarinhos, enquanto a janela do trem se comporta como uma foto movente. Naquele caminho traçado, aquele confortável azul me escondia do ruído, do frio. E estranhamente logrei de São Paulo a ausência de anaforismos, pois o ar poluto é estritamente necessário, as chaminés, os cigarros, a pressa e talvez um coffe break...
Jamais muda, a cidade realmente devora nossa solidão, vorazmente, escarniosamente cacofônica. Verminosamente? Depende, por onde olho há possívelmente um lirismo deteriorado. Bom, ao poeta cabe as inspirações e a virtude o destinguirá seja no lajedo ou numa poça amarga.
Bom voltemos aos passarinhos que vi, uma vez que eles não se importam com páginas de livros, não se importam com a fumaça que os empesteia e nem com ideias de criação ou de destruição, apenas voam sem pontuação. Devíamos nos embriagar desta virtude!
E eu nem citei os gatos, que a tudo observam. Certamente nos julgam, sua atitude emproa magnificência, existir passa a ser sinônimo de elegância e dândismo. O que será que pensam?
Nota: Permitimo-nos certa vez um toque de modernidade, não? Pois também os malditos anteriores pregaram tal Maldição da modernidade, há na fala de Rimbaud a comprovação; "É preciso ser absolutamente moderno". Bom não creio tanto nisso, porém que mal há em nos embriagar de um leve toque de civilização enquanto nos deliciamos com boa virtude poética?
By: Bruno
By: Bruno
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