terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Neste túmulo invertido


Lindas flores aparecerão em meus olhos
E conforme elas desaparecem, tudo se torna escuridão
Reclamadas por algum viajante que procura sua libertação
A ausência de som provoca uns desesperos que recolho

A visão remolda-se em uma porta pesada
Parecendo esconder um segredo jamais contado
Flutuando em uma memória no vazio inabitado
De repente alguma respiração é percebida

Há alguém dormindo aqui
Posso até ver um pedaço do tecido de loucura
Que o reveste neste sono que me sorri
Revelando uma mortalha de clausura

Sua agonia é refletida em todo o miasma
Que a desenvoltura da porta não deixa escapar
Terror e medo há muito no meu neuroplasma
Jamais deixarão de me atormentar

Em meu eterno mundo, onde lágrimas estremecem
Esquecidas e secas ao vento gélido e cruel
Aperto meu rosto contra a parede, eis a fiel
Confirmação dos meus abismos que enegrecem

A cada passo em que eu devoro meu âmago
Desregulando o fluxo da dimensão
Que me conquistará e desfalecerá comigo, pesadamente...

By: Bruno

Um comentário:

  1. Descrever a sensação que seu poema passa, é difícil...O ritmo, o tema, o modo como vai surgindo o enredo faz de seu poema um poema brilhante e cheio de magia. Um poema que envolve em si mistério, toques de surpresa e que ultrapassa dimensões...

    Muito Bom! ótimo!
    Abraços!

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