segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Viver

É uma dor simples, nada misteriosa
Para ninguém transparece
Some em mim de forma tão curiosa
Envolvida numa calmaria que emudece

Emudece ignorantemente esta alma aturdida
O riso infantil disfarça muito mais que o pavor à vida
À dormir sempre aos cílios do infinito

Deixar o coração embriagar-se de irrealidades
Se já está instalada sua vindina
Na morada das ilusórias e tenras materialidades

Que dirá esta noite, em sua doce desautoridade
Devorando aos pedaços a carne espiritual
O alado dos abismos mais profundos a nos cobrir de escuridade?

Esta harmonia que vaga na treva é tão precisa
Não há porquê esconder, nesta procissão eterna
Os meus sentidos resumem: a nossa visão não analisa
Portanto não vê a pútrida beleza que governa

A existência a afundar nos ouvidos desapercebida
Por uma lei das potências supremas.
Provocando um transe místico descomedido.

By: Bruno.

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