quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Noite Metonímica

As noites sempre rolam em meus olhos
Pois, como as gaivotas deslizando acima do mar
Como as árvores sem voz pairando suas folhas ao clarear
Sigo tentando não derrubar as escuridões que acolho

Estou cheio de modernas velharias
Passarinhando por desejos e desprezos
Vultos, trapos e desbotadas calmarias
Contorcendo minh'alma com seus vários pesos

Estraçalhem estes meus restos de sentimento
Até meus ossos desparafusarem, cansado
Até este luar particular desaparecer, tomado
Queria não precisar sonhar, por um pequeno momento

Ah a modernidade nos trouxe ventos artificiais
Os acho tão saudáveis e meningocócicos
Mas não tão melhores que os depressivos ilógicos
Os bons que percorreram os luares abissais

Por vezes tornando mais um em caído
Intoxicando e rompendo em complexidades
Embora permanecendo em seu álamo adormecido.

By: Bruno

Biografia de Charles Baudelaire

Poeta francês. Famoso por suas Flores do mal, influenciou toda a poesia simbolista mundial e lançou as bases da poesia moderna.

Baudelaire marcou com sua presença as últimas décadas do século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolista. De sua maneira de ser originaram-se na França os poetas "malditos". De sua obra derivaram os procedimentos anticonvencionais de Rimbaud e Lautréamont, a musicalidade de Verlaine, o intelectualismo de Mallarmé, a ironia coloquial de Corbière e Laforgue.

Poeta e crítico francês, Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris em 9 de abril de 1821. Desavenças com o padrasto forçaram-no a interromper seus estudos, iniciados em Lyon, para uma viagem à Índia, que interrompeu nas ilhas Maurício. Ao regressar, dissipou seus bens nos meios boêmios de Paris, onde conheceu a atriz Jeanne Duval, uma de suas musas. Outras seriam, depois, Mme. Sabatier e a atriz Marie Daubrun. Endividado, foi submetido a conselho judiciário pela família, que nomeou um tutor para controlar seus gastos. Baudelaire permaneceu sempre em conflito com esse tutor, Ancelle.

Acontecimento capital na vida do poeta é o processo a que foi submetido em 1857, ao publicar Les Fleurs du mal (As flores do mal). Além de condená-lo a uma multa por ultraje à moral e aos bons costumes, a justiça obrigou-o a retirar do volume seis poemas. Só a partir de 1911 apareceram edições completas da obra.

Mal compreendida por seus contemporâneos, apesar de elogiada por Victor Hugo, Teóphile Gautier, Gustave Flaubert e Théodore de Banville, a poesia de Baudelaire está marcada pela contradição. Revela, de um lado, o herdeiro do romantismo negro de Edgar Allan Poe e Gérard de Nerval, e de outro o poeta crítico que se opôs aos excessos sentimentais e retóricos do romantismo francês.

Uma nova estratégia da linguagem - Quase toda a crítica moderna concorda que Baudelaire inventou uma nova estratégia da linguagem. Erich Auerbach observou que sua poesia foi a primeira a incorporar a matéria da realidade grotesca à linguagem sublimada do romantismo. Nesse sentido Baudelaire criou a poesia moderna, concedendo a toda realidade o direito de ser submetida ao tratamento poético.

A atividade de Baudelaire se dividiu entre a poesia, a crítica literária e de arte e a tradução. Seu maior título são Les Fleurs du mal, cujos poemas mais antigos datam de 1841. Além da celeuma judicial, o livro despertou hostilidades na imprensa e foi julgado por muitos como um subproduto degenerado do romantismo.

Tanto Les Fleurs du mal como os Petits poèmes en prose (1868; Pequenos poemas em prosa), depois intitulados Le Spleen de Paris (1869) e publicados em revistas desde 1861, introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo o grotesco ao sublime e explorando as secretas analogias do universo. Para fixar a nova forma do poema em prosa, Baudelaire usou como modelo uma obra de Aloïsius Bertrand, Gaspard de la nuit (1842; Gaspar da noite), se bem tenha ampliado em muito suas possibilidades.

Crítica de arte e traduções - Baudelaire destacou-se desde cedo como crítico de arte. O Salon de 1845 (Salão de 1845) e o Salon de 1846 (Salão de 1846) datam do início de sua carreira. Seus escritos posteriores foram reunidos em dois volumes póstumos, com os títulos de L'Art romantique (1868; A arte romântica) e Curiosités esthétiques (1868; Curiosidades estéticas). Revelam a preocupação de Baudelaire de procurar uma razão determinante para a obra de arte e fundamentam assim um ideário estético coerente, embora fragmentário, e aberto às novas concepções.

Extensão da atividade crítica e criadora de Baudelaire foram suas traduções de Edgar Allan Poe. Dos ensaios críticos de Poe, sobretudo "The Poetic Principle" (1876; "O princípio poético"), Baudelaire tirou as diretrizes básicas de sua poética, voltada contra os excessos retóricos: a exclusão da poesia dos elementos de cunho narrativo; e a relação entre a intensidade e a brevidade das composições.

Ainda um outro Baudelaire é o revelado em suas obras especulativas e confessionais. É o caso de Les Paradis artificiels, opium et haschisch (1860; Os paraísos artificiais, ópio e haxixe), especulações sobre as plantas alucinógenas, parcialmente inspiradas nas Confessions of an English Opium-Eater (1822; Confissões de um comedor de ópio) de Thomas De Quincey; e de Journaux intimes (1909; Diários íntimos) -- que contém "Fusées" (notas escritas por volta de 1851) e "Mon coeur mis a nu" ("Meu coração desnudo") --, cuja primeira edição completa foi publicada em 1909. Tais escritos são o testamento espiritual do poeta, confissões íntimas e reflexões sobre assuntos diversos.

Quer pelo interesse inerente a sua grande poesia, quer pelos vislumbres que essas confissões propiciam, Baudelaire se destaca entre os poetas franceses mais estudados por ensaístas e críticos. Jean-Paul Sartre situou-o como protótipo de uma escolha existencial que teria repercussões no século XX, enquanto a crítica centrada nas relações históricas, como a de Walter Benjamin, dedicou-se a examinar sua consciência secreta de uma relação impossível com o mundo social.

Após uma existência das mais atribuladas, Baudelaire morreu de paralisia geral em Paris em 31 de agosto de 1867, quando mal começava a ser reconhecida sua influência duradoura sobre a evolução da poesia.

Fonte:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/charles-baudelaire/charles-baudelaire.php

Esta é a primeira parte do "Projeto Baudelaire" que prometi a algum tempo aqui no blog. Eis que ele é uma das minhas maiores inspirações. A seguir postarei sua bibliografia completa. Espero que gostem e comentem, se já leram algo dele, se estão curiosos para descobrí-lo, etc.

Abraço poético e boas festas =]

By: Bruno

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Neste túmulo invertido


Lindas flores aparecerão em meus olhos
E conforme elas desaparecem, tudo se torna escuridão
Reclamadas por algum viajante que procura sua libertação
A ausência de som provoca uns desesperos que recolho

A visão remolda-se em uma porta pesada
Parecendo esconder um segredo jamais contado
Flutuando em uma memória no vazio inabitado
De repente alguma respiração é percebida

Há alguém dormindo aqui
Posso até ver um pedaço do tecido de loucura
Que o reveste neste sono que me sorri
Revelando uma mortalha de clausura

Sua agonia é refletida em todo o miasma
Que a desenvoltura da porta não deixa escapar
Terror e medo há muito no meu neuroplasma
Jamais deixarão de me atormentar

Em meu eterno mundo, onde lágrimas estremecem
Esquecidas e secas ao vento gélido e cruel
Aperto meu rosto contra a parede, eis a fiel
Confirmação dos meus abismos que enegrecem

A cada passo em que eu devoro meu âmago
Desregulando o fluxo da dimensão
Que me conquistará e desfalecerá comigo, pesadamente...

By: Bruno

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Verdugo da Borboleta



Dorme, Dorme Princesa Borboleta
Sonha lânguida com novas dimensões
Sem te importar em ganhar uma mancha violeta
Comprovando as lassas diversões

Nem imaginas o infortúnio no qual foi meter-se
Jamais despertes senão baterás às portas do arrependimento
Ou tuas magníficas asas porão o gato a entreter-se

Conta-me tuas rapsódias bucólicas
Que então te contarei as mentiras da civilização
Sabe, compartilho de tua natureza merencória

As mesmas visões dementes da liberdade e do céu
Postularam um rasgo na tua asa
E agora te prendem sob um teto baço de uma casa
No esperar do fim que pode abraçar-te como um véu

Se tentares voar em qualquer dos minutos
Distante de janelas, próxima de vultos
Em silêncio fervilharás consagrada
Sob os olhos do céu arregalado.

By: Bruno

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Repartição

Suspiros escorrem pelos azuis das corolas
Cortando o chiado das vitrolas
Que entoam sem lamento ou dissabor
A fantasia germinando em estupor

Fitando o céu azul com alvíssimas nuvens
Que deixam nevar em minhas mãos
O sonho incompatível dos sãos
Acompanhando os odores da tristeza que surgem

De modo menor canta a inconvecida harmonia
Do desfolhar das árvores em alegria
Descompassando os alísios do oceano
Inda ignorado pelo encantamento soberano

O beijo então dos ventos despetaleiam
Brutalmente os azuizinhos azarados
Que ao ombro da grama pranteiam

Então sombreando o infinito tremendo
O Salgueiro ouve este brando rumor
De mais um de muitos peitos rompendo.

By: Bruno

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Nestes teus anos que se completam

Eu sei que os inúmeros parabéns e festividades

Soarão como manequins desprezíveis e noctâmbulos

E que a vida lhe traz sinistro horror, como os sonâmbulos

Quem sabe eu neste estilo maldito não te trouxesse alguma irrealidade?


Assim quero que tua viva caveira

Levante a fronte zombeteira

À moral deturpada da cristandade

Tal não pertencida moralidade


Mesmo que sejas poço de culpa e defeito

As grades insaciáveis de teu peito

Devem viver toda prosa e poética

De todas as vidas heréticas


Daqueles que dançam horrivelmente

Nutridos pela espiral livre

E aqueles inspirados por Le bateau ivre

Pois alcanças a maioridade magistralmente


E sua ironia junto com sua insânia

São sim percebidas e admiradas

Portanto desejo que jamais sejam abdicadas

Quanto mais neste dia que julgarás cheio de litânias.


Dedicado à: Maykel M. de Paiva


By: Bruno

Memórias...

Caminhando pelas primaveras do meu pensamento
Tenho a audácia de lançar tintas e cores sobre uma folha em branco
Debaixo de monótono céu confundo a pesada memória
Com os síncronos rumores do tempo de criança
Me aprazia o olhar também, diversa lembrança da viagem
Onde morriam e renasciam todas as cores
Juntamente com o bafejo aromático da formosa saudade
Contradizendo-me

Pois que ficamos eu e o Gato a fitar os minutos após a meia noite
Transmitindo-nos um sono ao qual não me permito
Diferente do raio cintilante do fogo, do qual me encho toda vez
Da euforia mais rebelde, que desta vez ele não se permite contagiar
Posso dizer que minha alma não sofre
Condizendo-me

Lembra, Gato, de quando eu tentei tocar piano?
Meu nervosismo foi tão insolente
Lembra, Gato, do passarinho que vimos naquela tarde?
O som do piano também nos tinha invadido os ouvidos
Durante nossas conversas jamais arrebatadas
E então vimos na morte o clarão que cessa
Os sons que findam trazendo o alívio deserto
Interrompendo-me

Revi atestando os lugares visitados
Escadas, paredes, pessoas familiares
Efêmeros traços sem arrependimentos
Dentre os vagos despertares que velam
Este passado incerto, embora puro
Com todos os sentidos que a ebriedade pode apurar-me
Embrigando-me.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As pessoas procuram nas outras características que as valorizem sem nunca prestar
atenção ao individualismo, tendenciando o amor a tornar-se insalubre e vão aos olhos da volúpia moderna.

By: Borin
A arte é, pois, estupro. Por irromper na alma ampla gama de sentidos a serem desvendados. Comparada ao crime em que as intenções, cúmplices e veredictos são incógnitas, percebe-se serem desencadeadas pelo pensamento que é repuxado pelo simples havistamento inocente que incentiva a pesquisa fundamentada.

By: Borin

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O escuro

O desconhecido ramifica-se sobre a luz
Com seus grandes olhos vermelhos à osfuscar
Sem defesas a luz fraquejante a repudiar
Os nossos espíritos medrosos a adentrar

O que não se pode ver se torna o que se ouvirá constante
As criaturas farejantes sentirão cada peçado de horror
Do alegre arrastar do humano vagante
Desejando a ideal fantasia da inocência que se mistura ao clamor

A citar as *Lâmias sedutoras tão doces
Incentivando o embarque neste trem vedado
Toca a ocarina a cobrir com sons, o corpo acalentado
Feito asas negras numa insuspeitada corrupção, precoce

E de nada valerá a esperança, o arrependimento, tão sagazes
Aparentemente, mas transformam-se
Em desesperos bastante eficazes

Assim tais aluadas criaturas
Postulam-se em desesperadores e desesperados
Abalando até mesmo das divindades as ossaturas

Porém quando enclarece, pois existir não se resume ao escuro
Até os perdões se tornam tédios envernizados
Reunificando a ordem do impuro!

*Lâmia: um tipo de monstro, espírito feminino que atacava viajantes e lhes sugava o sangue.

By: Bruno

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Viver

É uma dor simples, nada misteriosa
Para ninguém transparece
Some em mim de forma tão curiosa
Envolvida numa calmaria que emudece

Emudece ignorantemente esta alma aturdida
O riso infantil disfarça muito mais que o pavor à vida
À dormir sempre aos cílios do infinito

Deixar o coração embriagar-se de irrealidades
Se já está instalada sua vindina
Na morada das ilusórias e tenras materialidades

Que dirá esta noite, em sua doce desautoridade
Devorando aos pedaços a carne espiritual
O alado dos abismos mais profundos a nos cobrir de escuridade?

Esta harmonia que vaga na treva é tão precisa
Não há porquê esconder, nesta procissão eterna
Os meus sentidos resumem: a nossa visão não analisa
Portanto não vê a pútrida beleza que governa

A existência a afundar nos ouvidos desapercebida
Por uma lei das potências supremas.
Provocando um transe místico descomedido.

By: Bruno.

Toque

Na clareira ao pé do lago
Emerge a figura sonhada
Em meio à outras luzes
Ofuscadas por não existir

Na sombra surge a nostalgia
Que dorme e se faz presente
Que castigo irreal sentimos?
Por nos iludir por algo que não revelamos

Tanto é feito por entre a luz e a sombra
O nada é conquistado pelo subterrâneo
A assombrar a estagnação das mágoas
Como uma mão a afagar a coluna arrepiada

Jamais restituirá o olhar conquistado
Expressivo à nossa concepção
Porém em descrença por parte agitada
Da pessoa que passa, pensando em si

Meu pálido sorriso contém alguma angústia
Que talvez manche as pontas dos seus dedos
Seus joviais dedos que eu protegeria se capaz
Se eu pudesse esconder minha hesitação

Ou o final horrível que o toque da mão jovial
Pode me proporcionar caso aconteça despreparadamente
Porque eu não conheço a espiral de tempo que eu temo

Por falar em mãos, as minhas trementes
Remetem a algo que eu embora conheça
Não posso controlar, você não pode entender isto
A impossibilidade congela-se então abandonada

O descompasso do meu coração
Nunca vai adornar a quietação
Deste mundo solitário e informe

E eu nem sei dormir, com as esperanças vazias
A mágoa ancestral me domina inconsciente
Em incertos dias em que o tempo não procede

Nem a complexidade procede
Querendo viver eternamente
Sob a vastidão do meu cansaço
A postergar o fim que almejo

Toda vez que cansado e ansioso
Com sede ou fome
Arrepio ou mágoa
Colho a desistência em versos.

By: Bruno

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Sucessão de Lázaro

Os fígados doentes contemplam
Como um fantasma que pertence a uma casa
Junto à natureza morta convulcionam

A angústia em pseudônimos tumulares
Contrastando este ar alienado, eu penso
Como poucos, de fígado morto me resta o senso

Numa sucessão inconstante de segundos
Soluços imprecisos revigoram-se profundos
Nos traumas que mantém as almas rudimentares

E mais profundamente, nos fatos sociais
Durkheim não previu que o spleen
Soltasse o berro fúnebre, como os chacais

Anunciadores dos festins carniceiros
Sob um raciocínio então, muito obscuro
Nos alumia na hora da morte, em qualquer breve futuro

A natureza irrompendo em algazarra
O aglomerado de vida e morte do cosmos
Sinfonia tão abrasante e bizarra

Minha hemoglobina ébria e aquosa
Mantém o micropoder da minh'alma
Saciada mas ainda por vezes chorosa

O tilitar dos ossos em seus cadáveres
Incorresponde ao odor desaparecido
De suas carnes e de seus caráteres

Nesta hora em que talvez fossem lembrados
Por uma ou outra benesse
Que em vida lhe foram negados

Contudo meus olhos sempre distinguiram
A putrecível diferença entre nós e os animais
Eles, simplórios, mas que suas almas sempre progrediram

Surpreendo-me que os bilhões de corpos vivos
Somente existem da contração dos gritos
Dos oprimíveis e dos repudiáveis sofrimentos abortivos!
Nós.

By: Bruno

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Faisão

Trancedendo-me até as cores impostas a mim
Murcharem aquosas no eucalipto em brasa
Lembro-me da infantil memória do cativeiro sem fim
Até a chuva me confortava deixando minha visão baça

O balbuciar infame dos humanos me soava ameaçador
Nem imagino o quanto custou quando desci nas gargantas
Acompanhado de algo roxo que estava nas garrafas em ardor
Em inclemente celebração, insaciada ceia santa!

E escuto em espírito, se é que tenho
Os refrões dominicais, a Graça!
Embora só trazem desesperanças, me abstenho
Serão mais contentes após a glorificação que me arregaça

Com um garfo após o outro, os olhos esfregando
As almas eram pedras indiferentes e esfomeando
Vertiam até os ossos em suas áureas vontades
Garrafas tombavam várias, fora de minhas acuidades

Sempre hei de recordar com suspiros o bosque amado
Os pequenos arboredos e do coaxar do lago próximo
Lembrança ilusória de atrás de um vidro, sob um céu abarracado

Abrindo largamente sua falsa tranquilidade
Escondia bem o inverno austero
Quando naquele sol da tarde, alvo do costume da cidade...

By: Bruno