quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Après le noir

Minhas dores pingam no escuro descrevendo cicatrizes
Nas pequenas ondas que formam levemente
E desvanescem calma e ritmicamente
Dispersando as memórias já sem chamarizes

Ecoa mais uma vez indefinido
Percorrendo a escuridão caótica
Este sofrimento narcótico
A que sempre sou aduzido

E eu ingenuamente achava, então
Que guardado no fundo do coração
Estariam os sonhos que dormiram demais
E todos aqueles pensamentos a mais
Que sondam e perseguem
Exageram, entontecem e somem

Em onda este eco imenso invade
Com motivos torpes e inexatos
Abalando a razão antes tão exata
Não existe resistência a essa crueldade

A luz brutal já não alcança
Este quarto sem janelas
O olhar prostrado às telas
Da imaginação e da lembrança
Que já estão mortas.

By: Bruno

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