sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sepultura

Fardo tão grave é o de alçar-me à vida
As litânias recorrentes cegam o entendimento
Minha alma é luz apagada

Não mereço a humanidade que ostento
Não quero o conhecimento que sublima
Uma mente mística e opulenta
E um coração sepulcral e endêmico

Exteriorizo toda minha angústia
Em forma de raiva desenfreada
Todavia recuso nutrir um rancor reluzente
Pelas amargas lembranças de paz ausente

Quero me abster do amor
Da felicidade e do ânimo em vigor
Porque são coisas abstratas e ilusórias
Nas solidões e agonias me encontro em perfeitas harmonias

A arte é longa e o tempo é breve
Toda essa angústia célebre
Faz do meu coração um cemitério isolado
Em meu lacrimatório jaz guardado
Meu carinho e inocência oculta
Enquanto as trevas sepulta
Minha corrupção alegórica

By: Bruno

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